Thursday, August 27, 2020

confinar e economia

 Eu sou eu e minha circunstância"  José Ortega y Gasset

Esta citação faz-me sempre pensar que estamos sempre limitados por um tempo e um espaço.


O mundo atual é o que é.

E divide-se, para o que aqui interessa, em terceiro mundo, principalmente, países africanos e sul americanos,

países pobres e cujas economias são de subsistência; e os países capitalistas, na maioria na europa e américa do norte, com economias baseadas no consumo.


Isto para dizer o seguinte:

decretar o confinamento em países do terceiro mundo pode ser exequível,as pessoas vivem em economia familiar e do que a terra dá (e por vezes é mesmo muito pouco), assim o confinamento não mexe com a estrutura da sociedade.


Nos ocidentalizados, o confinamento para o consumo, cria desemprego principalmente a quem não tem mais do que o suficiente para o dia a dia (a noção de poupança não existe para 90 % da população dos países desenvolvidos). Aqui deixar de receber o salário durante um mês equivale a ir para a fila da ajuda social (quando existe).


Exemplo máximo os EUA!

Quando escrevo o primeiro rascunho deste texto os EUA contam quase 120.000 mortes pelo covid-19, é muito? Sim, claro.

A outra face da moeda, em dois meses de confinamento, são os novos 40 000 000 de desempregados, num país onde o apoio social é fraco e as pessoas não têm pé de meia a que recorrer.

Em Portugal, no fim de junho, mais 103 mil desempregados que em junho de 2019.


Quando não há dinheiro e há fome generalizada o que acontece?

Uns dedicam-se a pilhagens outros mendigam – é assim há tempos imemoriais.


E a isto ligo o seguinte:

O que aconteceu a George Floyd foi abominável.

Mas a mim não me convencem que o desemprego que existe nos EUA e em muitos outros países industrializados não foi também umas das razões para as pilhagens que se verificaram nas manifestações.