Há
uma ideia falsa e perigosa que líderes da União Europeia e de
países europeus começaram a lançar:
“Ninguém
estava preparado para esta pandemia, não se podia ter feito melhor.”
A
primeira parte, a realidade está a comprovar; já a segunda...
a)
o
que deveria ter sido feito no longo prazo!
Avisos
não faltaram nos últimos dez anos:
- a
SARS, a Gripe das Aves, a Gripe Suína/ gripe A, o Ébola, mas os
governos não cuidaram de fortalecer o SNS e o SRS.
Há
muito que uma epidemia viral era expectável.
Por
que não houve investimento em ventiladores, camas de cuidados
intensivos, em pessoal médico e auxiliar?
Ainda
a longo prazo, a concentração de meios de produção na China fez
com que; sendo necessários ventiladores, máscaras, material de proteção e
só houvesse produção na China!
b)
o
que podia ter sido feito no primeiro trimestre de 2020!
Desde
o fim de 2019 que o surto do novo coronavírus era conhecido.
Nada
de relevante foi feito durante o primeiro trimestre de 2020. A UE foi
uma nulidade.
Tanto
se podia fazer melhor que houve países que fizeram melhor e
muitos
deles muito mais próximos do local origem do vírus, Macau, Japão,
Coreia do Sul, são apenas alguns exemplos.
Todos
os quadros e assessores qualificados nos governos europeus e na UE e
ninguém se lembrou de telefonar ao homólogo oriental?
c)
o
que podia ter sido feito diferente em plena crise!
O
foco foi demasiado no “fique em casa” (principalmente em
Portugal, não pensaram nas consequências na economia real e no
emprego?), quando o foco deveria ter sido nas medidas de convívio
com o vírus: distanciamento social, lavagem das mãos, etiqueta
respiratória.
d)
o
que está sendo feito para lidar com uma segunda vaga ou outra
epidemia?
Os
hospitais estão a ser equipados com mais camas, mais
material/equipamentos e com mais recursos humanos?
Que
o SNS e SRS não estão preparados para um novo surto comprovamos por
dois factos:
- as listas de espera que existem há décadas, algumas bastante demoradas, para consultas e cirurgias. Ou seja; o SNS e o SRS já custam a dar resposta atempada às necessidades permanentes.
- durante a fase mais grave de COVID19 todos os restantes doentes não urgentes ficaram por sua conta e risco. O SNS e o SRS apenas tratou do COVID.